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Almas do Brasil retrata índio brasileiro

  • Letícia Kapper
  • 27 de nov. de 2017
  • 4 min de leitura

A exposição Almas do Brasil, de Maristela Giassi, abriu ao público na última terça-feira e poderá ser visitada até 5/12 no piso térreo do Terminal Rodoviário. Já no dia da vernissage, recebeu cerca de 280 pessoas, que levaram para casa um exemplar do livro homônimo, lançado na ocasião.

A mostra, um convite para despir-se dos preconceitos e observar de perto a cultura indígena, já passou por Paris, pelo Vaticano, por Portugal e por São Paulo antes de chegar a Florianópolis. Aproximadamente 100 pessoas visitam a exposição diariamente no Rita Maria e a expectativa é que o fluxo aumente nos fim de semanas.

“Não interessa o país, nem a cidade, o interesse é o mesmo em conhecer mais de perto a cultura indígena. O que aconteceu aqui, aconteceu também em São Paulo e em Paris. Testemunhei pessoas se emocionando muito, inclusive chorando, diante do retrato dos índios”, contou Maristela.

A fotógrafa mostra, em Almas do Brasil, a força e a humildade do povo indígena brasileiro, a partir de fotografias de índios de 5 aldeias: os das aldeias da Grande Florianópolis (SC) - M´Biguaçu, Aldeia do Amaral e Morro dos Cavalos, povoadas pelos Guaranis - e os das aldeias do Acre – Rio Jordão e Novo Segredo, da Etnia Kaxinawá (Huni Kuin). No total, são 16 telas, todas resultado de um trabalho usando a técnica “You Paint”- foto impressa em canvas com acabamento em pintura, técnica desenvolvida pela artista.

Dão vida a exposição personagens da vida real, como o Pajé Wherá Tupã, que aos 108 anos irradia energia superior incomum; Kerexu Yxapyry, mulher poderosa, de pouca fala, que defende seu território com todas as garras que a natureza e a tecnologia lhe proporcionam; e Aline, menina de 18 anos, mãe, responsável pelo ritual temazcal em sua aldeia e que também auxilia sua mãe nos rituais do sagrado feminino. Todos conectados com a natureza e a espiritualidade, valores que fazem deles índios, pontua a artista.

“As imagens coloridas são a materialização dos meus sonhos de criança e os índios fazem parte desse mundo lúdico que se mantém vivo em meus trabalhos”, revela a fotógrafa.

O projeto Almas do Brasil foi viabilizado através da Lei Rouanet.

Livro Almas do Brasil

No dia da vernissage da exposição, que ocorreu em 21 de de novembro, foi lançado o livro Almas do Brasil, que teve distribuição gratuita na ocasião.

Maristela conta que a proposta inicial era um livro com uma coletânea fotográfica. Porém, na medida em que o trabalho se desenvolvia e novas informações sobre a cultura indígena chegavam ao conhecimento da fotógrafa - ainda que em doses homeopáticas, percebeu que era preciso estabelecer uma nova rota para o seu trabalho.

“Eu tinha em minhas mãos um livro em branco que poderia ajudar um povo. Por isso resolvi escrever e colocar meu coração em cada página, em cada linha”, afirma.

No relato dos indígenas e nas palavras da artista, revelações:

“O Vale Maciambu era o local dos grandes cerimoniais indígenas... O rio Maciambu tem o poder de gerar novas e diferentes vidas no reino animal e vegetal. Novas espécies já foram catalogadas com a assessoria da Cacique, junto a órgãos especializados”.

“Kerexu fala das inscrições rupestres que existem na área, até agora nunca descritas”.

“Nunca quiseram demarcar territórios, porque a terra é a mãe de todos. Contrariando seus costumes e cultura, agora precisam demarcar as terras, para preservar sua história e visualizar um futuro”.

O livro, com 96 páginas, capa dura e cerca de 40 fotos, terá distribuição gratuita de até 300 exemplares no dia de seu lançamento e abertura da exposição Almas do Brasil em Florianópolis. A publicação conta com tradução em francês, exigência do Governo Federal, tendo em vista que o projeto circulou na França.

“Espero que esse grito de alerta seja ouvido. A natureza está ficando estéril, a terra pouco pode germinar. A arte na essência precisa ir além das cores, ela tem que estar viva em constante movimento para que as pessoas possam ver e ouvir. A arte deveria sempre fazer seu papel social”, reflete a artista.

Sobre Maristela Giassi

Mãe, filha e mulher. Nascida em Içara-SC-Brasil, passou sua infância escutando histórias de seus antepassados italianos que a transportavam nas longas asas da imaginação; dos oceanos revoltos à exaustiva travessia dos pesadelos de tempestades, na esperança de chegar à América tão sonhada.

Formada em Serviço Social, pós-graduada em Gestão de Pessoas e Gestão de Supermercados. Compositora, pintora, fotógrafa, poetisa e empresária. Participou com seus trabalhos fotográficos no Carrousel do Louvre de Paris, no Vaticano, na Bienal de Odivelas, em Portugal. Fotógrafa premiada por academias de artes no Brasil e exterior. Participou de duas antologias poéticas. Embaixadora da Divine Academie Française des Arts Lettres et Culture, membro do Núcleo Acadêmico de Letras e Artes de Lisboa e do Grupo de Poetas Livres de Florianópolis.

Dedica-se a ações sociais nos presídios, nos hospitais psiquiátricos, no grupo de desaparecidos, entre outros.

Serviço

O quê: Exposição “Almas do Brasil”, de Maristela Giassi

Quando: até 5/12 - das 13h30 às 18h - visitação

Onde: Piso térreo do Terminal Rodoviário Rita Maria

Quanto: GRATUITO

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